Provavelmente, se você chegou até aqui, já deve ter visto todo o delineamento, feito por nós sobre alguns pontos importantes do desenvolvimento da criança. Do olhar atento ao crescimento dos pequenos, com auxílio dos Marcos do Desenvolvimento, até as atitudes cruciais pós observação de alguns sinais de atraso, como a necessidade de acompanhamento médico, bem como um diagnóstico e intervenção precoce. Em muitos dos nossos posts, falamos sobre o Transtorno do Espectro Autista, que hoje é o nosso tema.
O Transtorno do Espectro Autista ou TEA, como aparece em muitas falas e outros informativos, trata-se de um transtorno do neurodesenvolvimento.
E o que isso significa?
Os transtornos do neurodesenvolvimento, são condições neurobiológicas que prejudicam a função cerebral, consequentemente o desenvolvimento infantil, podendo atingir algumas áreas como: cognição, comunicação, linguagem, coordenação, atenção, socialização, comportamento, aprendizagem e autonomia. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 70 milhões de pessoas em todo o mundo são autistas, com prevalencia cinco vezes maior no sexo masculino.
O conceito de espectro reflete a uma grande variedade de condições associadas e características singulares. Sendo assim, temos um gradiente baseado na quantidade de apoio que cada indivíduo necessitará durante a sua vida, podendo ser leve, moderado e severo. Hoje, o TEA tem tomado bastante espaço em discussões, inclusive científicas, não só pelos números mais conhecidos de casos, mas também pelos desafios causais e vasta gama de particularidades.
Não conhecemos com exatidão todas as causas determinantes do TEA, porém muitos estudos chamam a atenção para fatores genéticos. Os estudos mais recentes apontam o impacto genético no desenvolvimento entre 97% a 99%, sendo 81% hereditário. Esse mesmo estudo, sugeriu ainda que de 18% a 20% tem impacto genético não hereditário e de 1% a 3% tem causas ambientais intra uterinas, isto é agentes causadores durante a gestação, como drogas e infecções.
No início de 2020, um trabalho científico publicado na revista Cell, identificou 102 genes como sendo os principais relacionados ao autismo, mas ainda sim vale ressaltar que apesar dos constantes estudos, ainda existem muitos boatos sobre as causas do Autismo e mesmo algumas já tendo sido desmistificadas cientificamente, elas ainda são comumente ouvidas, tenha muito cuidado com este tipo de informação. Busque sempre por conteúdo científico!
Os sinais do Transtorno do Espectro Autista podem ser comumente observados entre os 2 e 3 anos de idade. Em alguns casos, já podendo ser diagnosticado por volta dos 18 meses. Como enfatizamos aqui, quanto antes essa descoberta acontece, mais rápido pode ser feita uma intervenção, possibilitando ganhos substanciais ao desenvolvimento da criança. Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), o Transtorno do Espectro Autista tem como principais características:
1. Déficits persistentes na comunicação social e interação social:
2.Padrões restritos e repetitivos de comportamento:
Vale ressaltar, que essas são algumas características trazidas pelo DSM-5 na forma de auxiliar o diagnóstico médico, porém como já dito, o fato de uma criança ter Autismo não a impede de viver normalmente, incluindo atividades diárias, sendo elas de âmbito familiar, escolar e social. Cada criança é única, sendo assim, precisando considerar as possibilidades de cada indivíduo para poder traçar um caminho de oportunidades de desenvolvimento.
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